quarta-feira, 4 de julho de 2018

Sina de volante.


Se tem uma coisa que me orgulha é o fato de ter formado muitos volantes e gosto de citar alguns... James, Alex, Lucas, Danilo, Adriano, nego Teco, Rubinho, Mazé, Diana, Taninha, Sandrinho e por ai a fora, tem muitos mais.
Mas agora, estou na Chácara Bela Vista e estou maravilhado com a dupla Erasmo e Guina que, além de volantes, são laterais.
Por ter sido volante na infância, nunca disfarcei a minha predileção pela posição, tive a honra de assistir os grandes volantes da história como Clodoaldo, Biro-Biro e muitos outros, entre esses muitos, lembro-me de um que havia jogado pelo Corinthians e Portuguesa, seu nome era Marco Aurélio e o vi protagonizar uma cena, a qual eu jamais esqueci:
Cansado de apanhar em campo, do mesmo jogador e sem que o juiz tomasse qualquer providencia, diz pro adversário:
_Ah, o seu negócio é bater?
Pra espanto de um Morumbi lotado, sai rebocando o sujeito até o vestiário e, por saber que estava expulso do jogo, vai embora.
Estamos no Sporting, campo do Parque Novo Mundo e esse mesmo Marco Aurélio está ao meu lado, dentro do campo, o juvenil do Dínamo acaba de dar um show de tirar o fôlego, esse ex-jogador se diz fã dos meninos do Dínamo, era meu ídolo e agora é meu amigo, até tomar o cafezinho da Ângela, ele já havia feito.
É claro que, entre dois ex-volantes, o assunto não podia ser outro, a goleada que acabara de acontecer, se devia ao posicionamento perfeito dos dois volantes.
Esse amigo de agora não era o mesmo que era quando jogador, havia se tornado evangélico e se mostrava bastante calmo, portanto, evito usar gírias e palavras de baixo calão.
Nessa altura, os meninos estão se trocando no vestiário e já estamos quase nos despedindo.
Repentinamente ouvimos gritos vindos do vestiário, alguns meninos da casa saem correndo e os do Dínamo vem ao seu encalço e lhes dão socos e pontapés, eram o Doca, o Maciel e vários outros, os mais afoitos eram justamente o Guina e o Erasmo, batem mesmo sem piedade.
O Guina para à nossa frente e vai explicar o motivo da contenda:
_É que nos chamaram de favelados.
Em qualquer lugar ou ocasião, eu diria para o guri que ele estava certo, isso seria um motivo bem razoável para que se subissem o gás de alguém, mas não posso fazê-lo, estou ao lado de uma lenda do futebol, seguro o meu ímpeto.
Ficamos um tempo em silêncio, à frente do Guina, que bufava de raiva, o menino esperava que eu dissesse algo e eu não podia, de repente o Marco Aurélio gritou:
_Te chamou de que?Favelado?Mete a mão na cara desses filhos da puta.


segunda-feira, 25 de junho de 2018

Uma música muito curta

Na infância, sempre associei o Chico à Philips, aquele disco preto de vinil, sempre a marca era maior que o nome do artista e, no orfanato em que eu cresci, por ser simpático à esquerda, a execução de suas músicas eram proibidas.
Então, ouvir Chico Buarque era um gesto de desobediência civil, a diretora acreditava nisso, aquela bruxa.
A Rúbia era, das moças que nos cuidavam, a que mais amávamos, tinha um corte de cabelo que imitava o da Elis Regina, vestia calças de jeans desbotadas e sandálias franciscanas e era militante do clandestino partidão.
Em sala de estudos, sempre nos dava as letras do Chico, escrevia-as no quadro e, pelejámos para ver o sentido das palavras e, de quebra, as mensagens ocultas, postas na lousa, a anta da diretora as via e nem fazia ideia de que eram letras do Chico.
Como eram proibidos os discos do Chico, na biblioteca haviam vários da Bethânia, da Gal e da Clara Nunes e foi justo dessa última que, com muito carinho, a Rúbia tirou o vinil do encarte, disse que essa era muito romântica, os olhos castanhos, quase verdes da moça crispavam, todos os trinta guris tinham oito anos e estavam hipnotizados, ela já ia na casa dos vinte e cinco e era nossa paixão, a música só poderia ser executada uma vez.
A agulha caiu sobre o disco e a voz perfeita da Clara ecoou, dois minutos e pouco mais:
"Pra mim basta um dia...
Ao fim da execução protestamos:
_Como pode tanta perfeição num curto espaço de tempo???
Isso foi em 1976 e ainda ouço essa canção quando faço silêncio, estávamos errados, como pode uma canção tocar por tanto tempo???

terça-feira, 30 de janeiro de 2018

No tempo dos Blacks.

1982 foi um ano ótimo, a inesquecível seleção do Telê arrasava, futebol da mais pura arte, tão bom o escrete que, Adílio, um craque que caberia como titular em qualquer equipe do planeta, ali, era reserva.
Eu trabalhava na rua da Consolação e as empresas de ônibus marcaram uma greve para o primeiro dia da Copa do mundo, Brasil x União Soviética.
Bom, para mim não teve efeito nenhum, a viação Castro nunca entrava em greve alguma, sendo assim, assisti o jogo todo na sala do pavilhão 22, acompanhado dos meus irmãos e o maluco do Paulo Palaia, o chefe.
No entanto, de nada adiantou ser o melhor time de todos os tempos, não fomos campeões.
Nesse tempo, São Paulo foi tomada pelo movimento Black, o Soul e o Funk eram as febres dos salões, isso, aos domingos, aos sábados os bailes aconteciam em casas comuns.
O sujeito que possuísse uma boa coleção de discos e um aparelho de som compatível, livrava-se dos móveis e a sala virava pista de danças.
Alguns dos moradores dos arredores do Educandário Dom Duarte se tornaram famosos por esses bailes domiciliares, na rua Santa Bárbara o Daniel dava um som de elite, no alto do morro do Uirapurú o Hélio fazia um combinado perfeito entre Funk e partido alto, a sede da favela do Arpoador comportava um grande número de pessoas, baile classe A, perto do mercado Paraná, quem dominava as bolachas era o Nego Wilson, os bailes da sede da Vila Operária eram também de lascar.
O melhor de todos era o baile que o Paulo dava em sua casa, na subida da rua Érico Veríssimo, no jardim Cambará.
Os discos mais novos à mão e as maiores raridades, o Paulo tinha, a casa dele ficava lotada de amantes da Black Music e os Neguinhos do Educa eram convidados especiais, VIPs mesmo.
A sequência de um bom baile era simples: cinco balanços, três rock-sambas e cinco lentas.
Muitas amizades e casamentos, começaram e se sacramentaram por causa deses bailezinhos e a "função" se solidificou graças à esses também.
Bom, as noites de sábados eram pesadas para os DJs e, lá pelas quatro e meia da madrugada, o baile tinha que terminar, senão a coisa ia até as dez da manhã...então, era usada uma tática chamada de "Espanta negão", que consistia no seguinte:
O dono da festa tinha sempre um disco de forró escondido, quando chegava a hora de se despedir da moçada, jogava ele na vitrola, assim que a música ecoava no ambiente, todo mundo pegava o rumo de casa, em questão de minutos, a casa ficava deserta.
Numa bela noite, o Paulo se sentiu com muita sorte, conseguiu um encontro com a Rosana, a linda negra, irmã da Tereza Aragão, chamou-a para um rolê e deixou o som na responsabilidade do primo Eduardo:
_Quando der cinco horas você joga esse disco para tocar, era um disco do Luiz Gonzaga... vou voltar um pouco depois.
O Paulo tinha a esperança de que, quando voltasse, poderia saborear os lábios carnudos da bela Rosana, numa casa vazia.
O problema do primo era que ele só entendia de balanço, deixou a festa correr frouxa, a turma gostando e a noite virando dia.
Às cinco ele pegou o tal disco, nem prestou atenção na faixa, tascou na agulha a música "Riacho do navio".
O problema é que essa, do Gonzagão é um xote e, com boa vontade, a linha harmônica da melodia é muito parecida com a levada do rock-samba, o povo ficou, segurando e rodando as minas acima das cabeças, com passinhos decorados.
O Paulo chegou às seis horas, sua sala ainda lotada, meteu a mão na agulha e expulsou o povo.

segunda-feira, 1 de janeiro de 2018

Vá além

  Imagina agora um país, onde o direito de manifestação popular é proibido por lei, o cenário é o Largo da Batata, Pinheiros-São Paulo.
Por medo, o comércio cerrou as portas, um grupo de trabalhadores vai tentar o que, por anos era impossível, no bolo, as quatro fileiras da frente são compostas de estudantes, quase crianças.
A intensão era a de percorrer o bairro todo, mas ali, entre os pontos de ônibus, a tropa de choque barrou-lhes o caminho, a ordem é dispersão total.
Os cavalos relincham e batem os cascos contra o asfalto, esse atrito causa faíscas.
O grupo se nega a sair, os policias começam a entoar uma canção, uma canção de terror, na marcha, seus coturnos fazem o compasso e, o que sai de suas bocas parece uma evocação, o segundo compasso é de seus cacetes contra os escudos.
Linha de frente, não há como recuar, só o consolo de que vai acabar logo, aquela canção gela os corações dos meninos, em poucos segundos a avalanche vai os calar.
Uma menina mirradinha está ao meu lado, nunca a ouvimos falar, inacreditavelmente ela começa a cantar:
"Não sei andar sozinho por essas ruas, sei do perigo que me rodeia"...
A voz da menina é débil, precisa de ajuda, eu conheço a canção e vou também, mas essa, todos os meninos conhecem.
Surpreendidos, os policiais se calam e "Você parece comigo, nenhum senhor te acompanha" sai aos gritos.
Antes da marcha há um silêncio ensurdecedor, homens e cavalos partem para cima do grupo e o escuro se faz.

Então, imagina a cena...

  Três guris na estrada que levava ao cenáculo, tarde de sábado, dois pipas pairavam ao vento.
  Eu, deitado ao lado da árvore podada, no buraco da raiz, um gravador com fita jogava o som na atmosfera.
O Viana e o Téquinha faziam os pipas dançarem numa coreografia e se atentavam ao som que saía da árvore, eu olhando o sol que descia e, procurava abrigo atrás da mata.
De repente, vem o último solo de guitarra, eu me levanto e crio nos dedos uma guitarra imaginária, os outros fazem o mesmo e batem na linha da lata, como se fossem cordas de suas guitarras.
O som ecoa e vai morrer no infinito, os pipas no céu mexem-se ao compasso da canção.

sexta-feira, 29 de dezembro de 2017

Maria Chuteira

Voltando a aquele time da infância, que jogava valendo Tubaínas, além do Sebastião que, foi um capítulo à parte, houve uma menina também.
Vou contar como conhecemos a Maria então.
Dois dos meus mais velhos amigos, já que os conheci com três anos de idade, eram o Fabiano e o Josué, o trio chegou ao Educandário Dom Duarte juntos, vindos da Casa da Infância do Menino Jesus, lá, juramos amizade eterna e, para nosso azar, separaram-nos, eu fiquei no pavilhão 14 e eles no 12 e, sendo os pavilhões vizinhos, continuamos andando juntos.
O Fabiano era um inimigo de estimação, por tudo, nos divergíamos, qualquer motivo era suficiente para um bate-boca, mesmo assim, não nos separávamos nunca, acima da testa dele umas fileiras de cabelos nunca desciam, por isso, todos o chamavam de Testão.
O Josué era desses amigos fieis, se eu resolvesse pular de um prédio, ele pulava antes, para me dizer se podia mesmo fazer, tinha os olhos estufados, então a alcunha de Batata.
Tendo todos 12 anos, formávamos um trio estranho, eu maior, o Fabiano de tamanho médio e o Josué menor, isso ficava pior quando o Djalminha do 21 se juntava a nós, o neguinho era dois anos mais velho e menor que o menor, o quarteto de esquisitos, essa amizade já beirava os dez anos.
Estudávamos no Attiê e, por conta de umas aulas vagas, saiu o trio pela avenida Eiras Garcia, do lado esquerdo, paralelamente partia um córrego que descia tortuosamente, desde o Uirapuru e seguia até além o cemitério Israelita, nessa estreita faixa de terra, de frente ao antigo ponto final do Largo da Pólvora, começaram a construir uns prédios de quatro andares, perto da pista os operários construíram os alojamentos e um pequeno campo de terra batida.
Quando passamos, o peões nos convidaram a completar o time, perguntar se um interno queria jogar bola, era o mesmo que perguntar se macaco gosta de bananas, topamos, é claro.
A Maria já estava em campo, tinha a nossa idade, olhos grandes e feições agradáveis aos olhos e, despida de qualquer feminilidade, vivia de chuteiras, meiões e shorts de futebol, jogava com os guris na rua, cansados de serem humilhados pela garota, os meninos do BNH a apelidaram, por maldade, de Maria Homem.
Ao vê-la, o Batata arregalou os olhos, o Fabiano o cutucou de leve.
Eu e o Fabiano paramos nas jogadas bonitas que ela fazia, a cada uma delas, os operários gritavam "Olé", o Batata gritava "Ui", o Fabiano ironizou:
_Como pode, um guri com olhos tão grandes, não enxergar um palmo à frente???
Num lance de rara beleza, o Josué saiu pelo canto da área e chuveirou à meia altura, a danada surgiu entre os adultos, soltou o corpo no ar e deu um sem pulo perfeito, a bola passou entre as pernas do goleiro, na hora de comemorar, a menina correu para o Batata e o abraçou, como se agradecesse a bela bola, daí até o fim da peleja o Batata emudeceu e a gente nunca havia imaginado que ele possuía essa habilidade.
Antes de sairmos, pedi que ela fosse ao colégio no dia seguinte, caso ela quisesse jogar conosco.
Quando passamos do arco da portaria, o Josué acordou:
_Nilton, você tem que chamar a menina para jogar, acho que estou apaixonado.
Tive tato para não ser pejorativo:
_Chamar, eu até posso, mas, quanto a sua paixão...
O amigo ficou contrariado, queria explicações. o Fabiano que era avesso ao cavalheirismo, gritou agastado:
_Sua besta do zóio de bomba, presta atenção...
_Hum.
_Da fruta que você gosta, a moça chupa até o caroço.

terça-feira, 28 de novembro de 2017

Velhos amigos

  Nunca fui de panelinhas, por conta disso, sempre tive muitos amigos, se tem uma coisa que eu aprendi no Educandário Dom Duarte, foi respeitar opiniões alheias, posto que, havia lá gente de todas as raças e, com isso, gostos diferentes.
  Não vou dizer que não ganhei inimigos, longe disso, é claro que eu os tinha, mas, eram tão poucos que, dava para contá-los nos dedos de uma só mão, digo que, por ser muito tolerante, tinha muito mais amigos que desafetos.
  E...pulamos pro ano de 1982, eu já estava com 16 e morava no lar 22...todos os maiores foram juntados nesse pavilhão, faltava pouco pra eu ganhar o mundão.
Eu trabalhava na Procuradoria Geral do Estado, tinha a imensa honra de ser office boy da repartição, nesse momento, já estava voltando pra casa.
  Vestia um macacão jeans azul e uma camisa do Chicago Bulls, sandálias franciscanas sem meias, meu garfo de madrepérolas reluzia no bolso do macacão, de quando em quando, eu o empunhava e ajeitava o Black Power.
Eu me encontrava na praça das Bandeiras e esperava, na fila, o Jardim Arpoador da Viação Castro, já fazia um tempinho que, ali tinha chegado, mas como não queria viajar em pé, pulei pra fila paralela, já quase me arrependendo de tê-lo feito.
  A cidade de São Paulo estava triste, no dia anterior um tal de Paolo Rossi havia eliminado o Brasil, em Sarriá, algumas pessoas teimosas ainda usavam a camisa canarinho.
  Alguém gritou meu nome e pus-me a procurar, avistei-o, vindo dos lados da 9 de Julho, era o Zé Pereira, mais conhecido pela alcunha de Zangão, meu velho amigo de infância, cumprimentamo-nos e ele ficou ao meu lado na fila, as pessoas que estavam atrás de mim, ameaçaram reclamar, ele deu uma encarada nas pessoas e elas se conformaram, eu sabia que ele não iria seguir no ônibus, só parou ali pra falar comigo, tinha um tempinho que ele saíra do colégio, por conta própria.
  Perguntei onde afinal ele estava morando
  _Num quarto, na Baixada do Glicério, respondeu ele.
  Então passamos a falar de bailes, de jogos e meninas.
 Reparei que, enquanto ele conversava comigo, ficava olhando as pessoas que transitavam, principalmente as mulheres, as de mais idade, para ser mais claro.
  E não adiantava, sempre o assunto voltava para o futebol, já falávamos do Paolo Rossi quando, de repente ele falou:
  _Péra aí, que eu já volto.
  Velocista, que era iniciou uma arrancada e, impulsionado por seu Reebok de sola aérea, correu muito rápido, em direção à rua Falcão e num bote rápido, subtraiu a corrente do pescoço da senhora que subia a passarela de madeira.
  Segundos depois, a senhora já refeita do susto, passou a gritar, as pessoas nas filas dos ônibus que faziam os itinerários de Santo Amaro passaram a gritar:
  _Pega ladrão.
  O Zé já vinha em minha direção, com a mão direita aberta, estiquei a minha, na passagem ele bateu, longe ele gritou:
  _Até...e se foi, rumo à Avenida 9 de Julho, pouco depois passou um bando de gente.      _Pega ladrão.
  Só para conferir a opinião do povo, olhei para trás, para ver as pessoas, no que eu olhei, todo mundo baixou a cabeça, tirei o garfo do bolso e ajeitei o Black...e, nada do buzão da Castro.
  Algumas das pessoas que correram atrás do meu amigo voltaram com caras de decepção.
  Subitamente, instantes depois, uma mulher gritou o meu nome, levantei os calcanhares, para poder ver além das pessoas da fila, vinha, lá da avenida 23 de Maio, uma mulata muito bonita, roupas apertadas num corpo muito bem torneado, acompanhada de um perfume de jasmim, nessa altura, não houve ninguém que estivesse na praça, que não a havia visto.
  Muito confuso, esperei que ela tomasse folego, pra eu descobrir como diabos ela me conhecia.
  A mulher pousou as mãos nos meus ombros, frente à frente, aproximou seu rosto do meu e perguntou:
  _Não se lembra de mim??
  _Juro que não...respondi sem jeito.
  _Eu sou o Sebastião, bobinho.
  _É... o que, minha senhora???já tirando as mãos dos ombros e me afastando.
  _O Sebastião do pavilhão 14, sou eu.
  E passou a contar suas aventuras, shows na avenida Rio Branco, viagens pra Itália, Espanha, disse que morava numa Kit, no Edifício Copan, mas, lembrando o passado, falou de seus tempos de goleiro...Nesse momento o ônibus encostou, despedi-me e segui a fila, subi no ônibus, quando me sentei, pensei comigo:

  Que mundo louco, os caminhos que as pessoas seguem...
Foi a última vez que vi os dois amigos.