segunda-feira, 13 de março de 2017

A latinha

Tem horas que dá vontade de xingar.
Você já foi deitar cansado, ajeita a cabeça no travesseiro e solta o último suspiro, aquele suspiro que te separa da consciência, nesse instante você sente que o peito está congestionado_Que coisa, não vai dar pra levantar.
Nesse momento, as pernas e as mãos já te abandonaram, só resta dormir assim mesmo, o cérebro já está lento...
De lá, do fundo da consciência, uma vozinha te diz:
_A latinha está embaixo do travesseiro.
Lutando contra o sono, a mão tateia e acha a latinha, mas pára, o sono é implacável.
A consciência te acorda, lembrando que a coisa pode ficar pior, lutando muito contra o sono, a mão traz a latinha para o encontro da outra e para...foi o sono que veio.
Segundos depois, a consciência volta, de posse da latinha, suas mãos passam a tentar abri-la, logo no dia que você cortou as unhas, segue uma luta ferrenha entre os dedos e a tampa da latinha, um palavrão cai bem agora...mas, cadê a voz???
Outra vez, o sono te acalma e paraliza_deixa pra lá_diz a vozinha e tudo se apaga.
Mas a consciência te acorda, segue um tempo pra você lembrar o que estava fazendo..._Isso, a latinha.E, recomeça a luta... a tampa e a unha.
Muito tempo depois, entre o sono e o desespero da batalha, a lata se abre, você passa o dedo, procurando o creme milagroso...vazia.
Filha d......o sono tomou conta, já era.