domingo, 9 de julho de 2017
O sangue na periferia
Ah, você gosta de contar de se fazer de malandrão e contar historinhas??
Então, eu vou contar uma real...
Em 2002, ano eleitoral, o PT lança a sua última carta, na busca do Palácio do Planalto.
Cansado de perder eleições nos guetos, para candidatos de direita, fecha um pacto com o P.C.C e, a partir de então, fica proibida a entrada de qualquer material eleitoral, que não fosse do PT, em todas as favelas, morros e condomínios da periferia de São Paulo.
Habilmente, a figura do líder comunitário foi substituída pela do traficante e ou alguém de sua confiança.
Os Raper's jamais dirão isso, eles fazem parte desse contexto, pregaram o ódio e prepararam a invasão e, ainda lucram com isso.
Para a grande mídia o fato não tem importância, as vidas que se perderam, são só estatísticas.
Essa, ninguém me contou, eu sou um sobrevivente.
Salve Chácara Bela Vista, Zona Norte e os meus amigos que tombaram.
O quebra gelo.
A pergunta que o jovem havia feito, demandava um pouco de reflexão, no suspense, todos esperavam uma resposta contundente.
_Por que um jovem de escola pública da periferia, havia se juntado à estudantes de classe média, contra o regime???
Podia ter respondido rápido, mas, respirei fundo e olhei o microfone, dava mesmo a impressão de profunda reflexão, um ar assim meio filosófico e compenetrado.
Fez-se um silêncio de expectativa, a plateia entrou na minha pilha e, pacientemente esperou pela resposta, de acordo com o que eu dissesse viriam as palmas ou os apupos.
De mão do comando e senhor absoluto da situação, respirei fundo e disse:
_Pra pegar as meninas.
Primeiro vieram as risadas e seguiu-se uns 5 minutos de palmas, um estudante da primeira fila deitou-se no chão, para rir melhor, como se alguém o tivesse descoberto.
Voltando ao movimento
Acho que não me fiz entender nessa questão, não joguei pedras no sentimento civil dos paulistanos.
Primeiro, atribuir o vandalismo à pichadores é um disparate, pichadores não jogam tintas, muito menos tinta rosa.
Segundo, falei do fato de não estar por ali, nenhum policial, ora estamos no bairro do Ibirapuera e não na periferia.
E o candidato do governo aparece de madrugada, mostrando sua indignação, às vésperas da eleição, nossa que coisa.
Não sei se você sabe, mas, a força policial responde ao governo do estado.
(postagem no Facebook, em 04/10/2016)
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