Cheguei
bem cedo, desci na Raposo e segui o caminho que sempre fazia para assistir os
jogos, antes de chegar na avenida Corifeu, uma rua arborizada com lindas e
grandes casas, a moça era produtora musical.
Vim com
minha melhor beca, camisa branca e o mocaçim brilhando, mostrei o cartão ao
segurança e o acompanhei pelo jardim, ao lado da casa principal.
O jardim
era largo, bem cuidado e de extremo bom gosto, entre as rosas, haviam estátuas
romanas em mármores, um caminho de pedras se seguia no chão, meu desafio era me
manter em cima delas e elas faziam zig zag, fosse o que fosse, não queria sujar
os sapatos.
No fim do
jardim, um longo corredor com piso xadrez levava ao lindo escritório, a parte
do solo era uma garagem, lá havia um carro conversível e, a minha total
ignorância nesse assunto, não permitiu que eu identificasse, ao lado, uma
escada em formato helicoidal levava à uma sala toda arejada com piso branco,
parede branca e forro branco, o sol que entrava pelas janelas, batia e
refletia, deixando tudo mais branco.
Não
haviam muitos móveis nessa sala, algumas cadeiras, um sofá e um armarinho de
vidro, bem no meio da sala, um solitário piano branco, o segurança pediu que eu
aguardasse, pois, a moça não me esperava tão cedo, me deixou só.
Longos
minutos e nem uma revista para ler, cheguei-me ao piano e dedilhei de leve suas
teclas.
Um suave
cheiro de jasmim precedeu a chegada da moça, se eu tivesse apostado com alguém,
qual a cor preferida dela, eu teria ganho.
Chegou
toda de branco e, me pegou ainda ao lado do piano.
_. Vou
ter que tocar???
_. Não;
_Sorte
sua, eu não sei tocar.