É verdade que, o que unia a todos os internos sempre foi o
futebol, quando o Grêmio Educandário entrava em campo, todos esqueciam suas
diferenças territoriais e seus times do coração e, torciam pelo time preto, que
uniforme lindo.
Mas num belo dia, acabou-se o time.
Mas num belo dia, acabou-se o time.
E passamos a nos
reunir nos bailes ou, nos jogos de futebol, nos jogos era complicado, posto
que, nem todos torcíamos para o mesmo time.
. Então, numa tarde de muito sol, dispensamos a matinê de Pinheiros e fomos assistir ao clássico no Morumbi, na época, o Santos era a segunda maior torcida de. Sampa e, eles tinham "os meninos da vila"(Juari, João Paulo e sei lá quem mais) e.…o Corinthians, sempre forte.
. Então, numa tarde de muito sol, dispensamos a matinê de Pinheiros e fomos assistir ao clássico no Morumbi, na época, o Santos era a segunda maior torcida de. Sampa e, eles tinham "os meninos da vila"(Juari, João Paulo e sei lá quem mais) e.…o Corinthians, sempre forte.
Éramos, no total, uns vinte menores, meio a meio, entre corintianos e santistas
e, por sermos todos amigos, saímos juntos do Educandário Dom Duarte, na saída,
pegamos no pé do seu Felipe(o porteiro), que era São Paulino, entramos no buzão
na maior algazarra, feito uma torcida só, primeiro gritavam os maloqueiros,
depois as viuvinhas, para não ter que ir até a Paineira e pagar outra condução,
pagar é só força de expressão, descemos na Raposo Tavares, no posto Batalha, em
frente à Previdência, ali tinha um acesso prum escadão, que, entre as arvores
levava direto pra avenida Elizeu de Almeida, íamos bagunçando o caminho todo,
jogando pedras no gatos, tocando as campainhas das mansões e arrancando os
retrovisores dos carros e, é lógico, entoando cantos de guerra, cada turma do
seu time.
Na avenida Elizeu de Almeida, que ainda não era canalizada, havia um
córrego largo, para atravessa-lo, tinha-se que, passar por uma ponte feita de
toras de madeira.
Esse era o ponto que haveria a separação das torcidas, é provável que só
nos veríamos no dia seguinte, O Valdevino gritou que os Santistas tinham o
direito de sair na frente, o Zé Almir questionou esse direito, eu apoiei o Zé,
o Lourival apoiou o Santista...Bafafá formado, então decidimos da forma mais
democrática do mundo, o Valdevino pediu par e o Zé Almir pediu ímpar, perdemos,
o Corintiano chamou uma melhor de 3, perdemos de novo, os Santistas sairiam
primeiro, os corintianos esperariam um tempo, ficamos ali, uns 5 minutos e saímos.
Ao chegarmos na ponte, vimos a coisa mais surreal de nossas vidas.
A ponte de toras havia cedido, com muita gente atravessando ao mesmo
tempo, ela cedeu, justo na hora que os amigos a atravessaram, em seu leito
haviam centenas de torcedores em meio à lama, não tinha branco e preto ou preto
e banco, todos eram de uma só cor, marrom.
. Nesse dia o Timão ganhou de 2x0, dois gols do Palhinha, ficamos um mês zoando a cara dos Santistas.
. Nesse dia o Timão ganhou de 2x0, dois gols do Palhinha, ficamos um mês zoando a cara dos Santistas.