segunda-feira, 31 de julho de 2017

E Niltão caiu no som.



É claro que sempre fui a militante da música brasileira, na verdade, com uns doze anos, a vertente musical que mais me comovia mesmo era o Jazz, em 1979 eu estava na fase de Azymuth e Eumir Deodato e. de quebra, as batidas puras e progressivas do Beto Guedes e do Lô Borges.
Quando os meninos do colégio começaram a curtir o tal do Funk e levar esse som para casa, esse afro-nerd, virou o nariz.
_. Não, isso não faz a minha cabeça, salvo o Prince, o resto não me dizia nada.
O Elói, fã incondicional de Elis e parceiro meu de gosto afinado, já havia se convertido ao novo ritmo e, a todo custo, me tentava arrastar junto.
Fiquei por um tempo isolado em minha torre de marfim, numa bela tarde, ele me apareceu com um compacto de Tom Browne, notadamente um excelente trompetista, um gigante do jazz.
Pensei:
_Opa, lá vem um jazz de primeira.
Quando ele lançou o disco na vitrola, o trompete mandou a melodia, por baixo vinha um som africanamente viril, isso abalou os meus conceitos, que música maravilhosa e, aquele jazzista estava cantando Funk, não satisfeito, ele lançou outro disco na vitrola...Stanley Clarke, guitarrista de primeira grandeza do jazz, tocando o mesmo ritmo.
Ficamos um tempo, vivendo aqueles sons no chão do corredor do pavilhão 22 e, quando me levantei, estava convertido.
A turma que curtia as matinês de domingo, passou a me esperar, ajeitar a cabeleira dava trabalho e as meninas gostavam da camisa aberta no peito.