sexta-feira, 3 de março de 2017

Ainda invicto


Todo esse tempo e nunca fui assaltado, tem gente que pensa que é mentira, pode ser sorte ou é a lua mesmo.
Dia desses, eu me encontrava no lugar e no dia mais fácil de ser assaltado em Camaçari.
Em frente do Correio, do outro lado da prefeitura municipal, era feriado e se você quiser ser assaltado, esse é o lugar, se for feriado então, prato cheio.
Não que eu quisesse estar ali, estava com pressa e não queria entrar na rodoviária pra seguir viagem pra Salvador.
Havia no ponto sete pessoas, todas elas com celulares no ouvido, uma moto passou e parou ali na frente, dois ocupantes, o da garupa desceu, puxou o revolver que estava dentro da calça e anunciou o assalto, o único que teve o trabalho de tirá-lo do bolso fui eu, as outras pessoas já estavam com eles na mão e só entregaram, fui o terceiro que estendeu o celular, o assaltante fez que não viu.
Estiquei a mão e mostrei o meu celular:
_Meu irmão, não quero essa bosta não.
Recolheu todos os sete e eu enfiei o meu no bolso, subiu na garupa da moto e queimou o chão.
Situação embaraçosa, todo mundo com cara de tacho e, por consideração, me ofereci pra ligar pra polícia, todos concordaram.
_Não vai dar não, esqueci-me de carregar.

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