quinta-feira, 31 de agosto de 2017

Futebol é coisa de homens?


Com a patroa a coisa não é diferente, tendo ela um marido técnico de futebol e dois filhos atletas, enquanto os homens assistem as partidas pela televisão, sempre tem alguma coisa para fazer na cozinha, suponho que seja assim em quase todos os lares.
E quando sai um gol, vem a pergunta clássica:
_Gol de quem?
Definitivamente, mulher não tem a mesma paixão, que temos nós, homens.
Um dos times da cidade ia disputar uma partida do campeonato baiano e resolvemos ir ao estádio prestigiar, perguntamos se ela queria nos acompanhar, só para desencargo de consciência e ela respondeu:
_Vamos lá, assistir um futebolzinho.
Tai uma frase clássica de mulher..."assistir um futebolzinho".
Supõe-se que uma mulher que vai à um estádio, acompanhada do marido e de dois filhos barbados, vai só para fazer figuração, isso, fomos todos então.
O estádio Armando de Oliveira tem capacidade para 3.500 pessoas e, para essa partida do Camaçariense, haviam, no máximo, umas 500.
Jogo morno e difícil de se assistir, mais conversávamos que assistíamos o jogo, quero dizer, nós homens não víamos o jogo, a madame não tirava os olhos do gramado.
Nos assustamos, quando ela gritou, olhando para o banco de reservas do time da casa:
_Que merda, hein?!?
A segunda palavra saiu com o R bem aberto, digno de uma paulista, filha de paranaense e, sendo todo mundo lá embaixo baiano, a comissão técnica e os reservas olharam para a arquibancada, à procura da autora da frase.
Para ser mesmo identificada, a madame bateu palmas e abriu os braços, quando percebeu que tinha a atenção de todos, torpedeou:
_Ó, tem mais de 40 minutos que estamos vendo esse jogo e esse time não conseguiu, até agora, uma troca simples de 3 passes, não armou uma jogada pelo meio e não fez uma jogada de linha de fundos, para assistir um jogo medíocre igual a esse, eu não preciso pagar ingresso.
Quando ela terminou de falar, o pessoal do banco continuou olhando, como quem vê e ouve uma coisa surreal.
Providencialmente, nos afastamos dela e, se alguém nos perguntasse, negaríamos de pés juntos, qualquer parentesco com aquela pessoa sem noção.

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