sábado, 9 de setembro de 2017

Vaias são da vida.



O próprio Antônio Brasileiro já foi vaiado, eu, não querendo me comparar ao maestro em envergadura, mas, já fui vaiado também.
Tendo ele como exemplo, tive a mesma calma e, aceitei a vaia, feito quando aceitei o aplauso da mesma torcida.
O campo da São Remo, fica no bairro do Rio Pequeno, um campo de terra batida, numa favela que é vizinha de um agrupamento da polícia militar.
Ainda que não fôssemos o time da casa, a torcida pendia para o nosso lado, os barrancos que circundam o campo estavam lotados.
Partida empatada e o empate levaria às cobranças de penal e, já que eu não devia nada para ninguém, saquei o craque do time, recuei o time e chamei o camisa 15, a reação da torcida foi imediata.
Apupos e xingos, a pobre da minha mãe virou doce na boca dos vândalos, me mantive calmo, dois minutos depois o jogador que entrou fez o gol, a torcida gritou.
Eu disse que aceito a vaia com naturalidade, eu menti, assim que o gol foi comemorado o juiz encerrou a partida.
Fui até o meio do campo, a torcida me acompanhou com os olhos, imaginaram que eu fosse agradecer o apoio, enfiei a mão um palmo abaixo do umbigo, enchi a mão e disse:
_Aqui ó, seus nojentos.

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