terça-feira, 28 de novembro de 2017

No contrapé

Tem hábitos e costumes que vem de muito tempo, eles acabam virando cacoete e, termina que esses tiques te acompanham a vida toda, viram parte de você.
Dos anos 1980, tempo da Soul Music, quando os caras andavam com cabelos enormes, arredondavam e os mantinham altos, à custa de produtos químicos, eu acostumei a usar as mãos, afim de baixar as pontas que saíam.
Com o passar do tempo, a moda do Black Power se foi e morreu e, eu continuei, mesmo quando muito baixos, com o habito de usar as palmas das mãos para baixar as pontas.
Virou um cacoete meu, milhões de pessoas perceberam isso nesse tempo todo, porém, ninguém teve coragem de me contar, sequer riam disso, talvez, se tivesse acontecido, eu teria parado com essa mania.
Dia desses, conversando com a minha neta Júlia, disse a ela que da família toda, eu era o menos doido...subentende-se por doido, aquela pessoa que tem manias esquisitas.
Minha neta tem oito anos completos, sei que é uma excelente observadora, isso ela puxou do vovô.
_Vô, essa história não é bem assim.
_como assim???
_O senhor tem a mania estranha de bater no cabelo com as duas mãos espalmadas, feito quem tem cabelos muito grandes, na maioria das vezes, nem tem cabelos na sua cabeça.
Depois dessa cacetada, que me pareceu um atropelamento, ela se levantou e me imitou com tanta perfeição que eu tive cólicas de rir, rir de mim mesmo.
Bom, depois disso, tenho me policiado e prometo que vou me livrar da mania, não me ofendi por ser imitado pela menina, pelo contrário, me senti homenageado.
Afinal, só pode imitar, quem observa e estuda muito bem o imitado.

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