Três guris na estrada que levava ao cenáculo,
tarde de sábado, dois pipas pairavam ao vento.
Eu, deitado ao lado da árvore
podada, no buraco da raiz, um gravador com fita jogava o som na
atmosfera.
O Viana e o Téquinha faziam os pipas dançarem numa
coreografia e se atentavam ao som que saía da árvore, eu olhando o sol
que descia e, procurava abrigo atrás da mata.
De repente, vem o último solo
de guitarra, eu me levanto e crio nos dedos uma guitarra imaginária, os outros
fazem o mesmo e batem na linha da lata, como se fossem cordas de suas
guitarras.
O som ecoa e vai morrer no infinito, os pipas no céu mexem-se ao compasso da canção.
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